Ajustamento emocional e qualidade de vida dos cuidadores informais dos sujeitos com lesão vértebro-medular traumática

Resumen

Ajustamento emocional e qualidade de vida dos cuidadores informais dos sujeitos com lesão vértebro-medular traumática. Alves, José Bruno Teixeira. Orientador: Prof. Doutor Juan Jesus Gestal Otero. Tese de Doutoramento em Saúde Pública. Área de Medicina Preventiva e Saúde Pública. Faculdade de Medicina. Universidade de Santiago de Compostela. 2015. Resumo O presente estudo pretende indagar sobre o ajustamento emocional e a qualidade de vida (QV) dos cuidadores informais (CI) de sujeitos com lesão vértebro-medular (LVM) traumática. A escassez de estudos nesta área do cuidar, em particular em Portugal, torna premente a necessidade de se investir no conhecimento desta realidade. Este estudo decorreu a nível nacional, em colaboração com instituições, centros de reabilitação e associações de solidariedade social. Participaram 160 CI de sujeitos com LVM. Reconhecendo o coping como um dos mediadores do processo de ajustamento e, a sobrecarga, a sintomatologia ansiosa e depressiva e a qualidade de vida (QV) enquanto indicadores de eficácia desse processo, optou-se pelo estudo destas variáveis. Os instrumentos utilizados foram o Brief COPE (Coping Orientations to Problems Experienced Scale), o QASCI (Questionário de Avaliação de Sobrecarga do Cuidador Informal), o HADS (Hospital Anxiety and Depression Scale), e o WHOQOL-Bref (World Health Organization Quality of Life). Os resultados deste estudo identificam que a maioria dos CI são do género feminino, e utilizam preferencialmente a aceitação, o coping ativo, o planeamento e a reinterpretação positiva. Verifica-se que o uso de substâncias e o desinvestimento comportamental são as estratégias de coping menos utilizadas. Os CI apresentam níveis moderados de sobrecarga. A nível da morbilidade psicológica, 45% apresentam sintomatologia ansiosa moderada/grave e 30% apresentam sintomatologia depressiva moderada/grave. A QV geral apresenta, para estes sujeitos, uma média de 56,25% e está relacionada de forma positiva com as estratégias de coping, aceitação e humor. A sobrecarga e a sintomatologia ansiosa e depressiva condicionam de forma negativa a QV geral dos CI dos sujeitos com LVM. Os resultados deste estudo sugerem a pertinência de se investir em políticas de saúde e sociais mais protetoras e inclusivas e, em medidas de saúde pública que possam contribuir com programas de rastreio e monitorização da saúde e QV dos CI. No contexto psicoterapêutico e no âmbito da reabilitação salienta-se a importância do papel dos profissionais de saúde investirem em programas de educação, apoio e intervenção psicológica promotores de um ajustamento geral positivo e QV dos CI dos sujeitos com LVM.